domingo, 14 de junho de 2009

Canela


Caminharei em uma noite fria

Em tiras do passado escrito em fios negros

Sentindo o sopro gelado do vento, dizer-me para aonde ir


Esqueça-te da última carta rabiscada

Joga o toco de cigarro no chão, pensando no que foi junto

E a magoa esvaecida nas cinzas do sabor tórrido.


Em um buraco dança a louca e vivida paixão

Em vermelho carmim

E caminhando ainda pela noite fria

Estarei eu solitário


Com gosto de canela levado aos lábios,

A respiração entorpecida

E o coração uma lembrança.


E ainda assim caminharei solitário em uma noite fria.


(( Diogo França ))

terça-feira, 9 de junho de 2009

Reflexo de mim?!


O que é o ser se não o existir?
Bom, o ser sou eu que logo existo.

E o existo? Não sou eu quem é?

Quando paro e penso no que sou lembro-me
Da janela na manhã de inverno

Ou na brisa de verão, que move sem saber como move-se


Quanto existo exalo a expressão do ator
Do sorriso exuberante da moça apaixonada
Ou ainda! Do primeiro beijo de infância...


Se logo existo sei quem sou
Ao saber quem sou existo
Existindo o que farei ó Deus?

E ai? O que sobrou?


| Diogo França |