sábado, 21 de junho de 2008

Arte do cuidar. . .




Vivenciando o cotidiano do cuidado na percepção de enfermeiras oncológicas
Resenha critica por Diogo França.




“O cuidado é aquela condição previa que permite o eclodir da inteligência e da amorosidade, o orientador antecipado de todo o comportamento para que seja livre e responsável, enfim tipicamente humano”.



Em si a pesquisa resume-se em humanismo aliado ao cuidado com conhecimento técnico – cientifico. Na enfermagem oncológica acabamos em lidar não só com o paciente, mas também com seus familiares, suas angustias, medos e abalos emocionais. Precisamos de profissionais capacitados com o cuidado holístico em um conjunto, não só dos cuidados básicos do paciente, mas também reforçando sua fé, suas esperanças em uma melhora de seu quadro clinico. Vivemos com esses pacientes por longos períodos de tempo assim criando vínculos de afeto e carinho, esses vínculos favorecem no auxilio do cuidar trazendo maior confiança para o paciente e melhor assistência do profissional de saúde.
É necessário aliar o conhecimento técnico – cientifico com o cuidado emocional, para a maioria das pessoas o paciente oncológico é visto como paciente terminal ou visto diante da sua própria morte, e isso não é verdade, visto que um tratamento adequado e um acompanhamento de profissionais especializados favorece sua melhora. Temos um papel fundamental nesse quadro, de trazer conforto ao paciente e ao familiar que o acompanha, conforto ao familiar para não deixar transpassar preocupação, culpa ou medo da morte de seu ente querido. Por isso não devemos nos restringir ao cuidado meramente técnico e sim um cuidado holístico pensando atingir todos os aspectos humanos e sempre prevalecendo à individualidade do paciente.
Temos o dever de acreditar na fé do paciente e na nossa própria para trazer a esperança para ele e seus familiares e a nós mesmos, devemos ter fé no nosso cuidado por que sendo assim não há necessidade de estarmos lá para ampará-los sem estarmos também com fé no seu recuperar, temos o dever de visar o cuidado para melhora do paciente oncológico.
Nós enfermagem precisamos estar em constante aprimoramento de técnicas e conhecimentos científicos em relação à oncologia, para prestarmos uma melhor assistência ao paciente e em conjunto com esses conhecimentos o cuidado num todo o cuidado emocional do paciente. Assim podemos trabalhar com autonomia, sem nos preocupar com metodologias meramente mecânicas, é no conhecimento adquirido no dia-a-dia que nos faz um profissional capacitado para tal cuidado, não quero dizer que devemos negligenciar a metodologia adotada, mas sim melhora-la com o nosso conhecimento do cotidiano. Pois é assim que garantiremos maior individualidade com o paciente oncológico e garantindo sua individualidade ele adquire maior confiança em si e confiança em si próprio ajuda a espantar seus medos e receios da patologia.
Temos de ter em mente que vínculos com o paciente auxiliam no processo do cuidar, mas temos de ter uma linha mediadora, pois não podemos levar para nós essa angustia e sofrimentos, devemos entendê-los, mas não trazer para nós, assim é necessário utilizar da seguinte filosofia: “ faça ao outro o que gostaria que fizesse a si mesmo”, assim prestamos um ótimo atendimento sem nos vincular-mos demasiado com o paciente.
O enfermeiro oncológico ainda não está totalmente preparado com o processo da morte, um fato comum nesse meio, vivemos como se nunca fossemos morrer, é dessa forma não nos vinculando demasiado com o paciente que poderemos atender melhor o familiar no processo da morte, sendo assim um profissional capaz de atender humanamente o paciente sem se vincular por completo. O processo da morte traz o sentimento de frustração de impotência, sei que sempre desejamos o bem estar do paciente, e o devemos desejar, mas no processo da morte esse vinculo pode ser um empecilho em nosso trabalho cotidiano, pois quantos pacientes tratamos e vemos morrer muitas vezes? Isso acaba que acarretando desgaste emocional em nossas vidas. Por isso a importância da fé do profissional com o paciente, fortificando essa fé traz maior alivio ao paciente e ao familiar maior esperança de uma possível melhora.
Dessa forma devemos entender que um simples toque, uma palavra de conforto trará esperança ao paciente, visando a melhor qualidade de vida durante o tempo de internação. Nós mesmos profissionais de enfermagem temos uma visão de terminalidade quando se ouve falar em paciente oncológico, temos nós mesmos de mudar nossos valores e idéias diante disso para ai sim ajudar ao paciente-familiar entender suas angustias, medos e ignorância diante da patologia.
O alicerce fundamental que nos dará base para o cuidado é a fé aliada ao conhecimento técnico – cientifico, combinando ambos teremos um melhor resultado e uma melhor qualidade de vida para o paciente enfermo.




“Ter pensamentos e atitudes que demonstrem cuidados como ser atencioso, gentil, preservar a dignidade do paciente, expressar-se com empatia, ser paciente, estar emocionalmente presente, reconhecer a humanidade do outro, e ser capaz em suas ações profissionais, em seus cuidados técnico – cientifico, essa é a função da enfermagem ao paciente oncológico.”

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Chorei por ti calada. . .


Meu sofrer foi-se hoje
Sinto-me só. . .
Meu querer foi-se para sempre
E eu, com tantos calos causados por ti,

Chorei. . .

O amor que vi em teus olhos,
Apesar dos calos que em mim deixou
Fez-me respirar vida nova vivida para vida, mas,

Chorei. . .
Diante de ti chorei novamente pelo teu fim

Criança amei-te todos os dias de minha vida,
Mas você não viu, não virou pra traz esperando meu abraço,
Por mais fim doce alegria do fim que alivio trouxe a ti
Não vê o fim de tua fala em mim que o deixou-te sem ouvir mais uma vez

O vácuo do silêncio meu, fez-te sofrer paralisado com MEU sofrer!
No teu silêncio guardei meu amor

E novamente,

Chorei. . . Chorei


Por ter perdido você que ainda amo tanto meu
Velho e doce viver,
Jamais esquecerei do teu silêncio em prantos
Da tua cria da dor
Que fez-me cria do teu amor. . .


†Diogo França†

domingo, 8 de junho de 2008

Luxúria


Terra fria aquecida com luxúria
Ante mão, à vida fútil que vivemos,
Luxúria lava nos com teu sabor de viver

A raiz da vida nasce com tua vontade
Vontade louca e furiosa que consome
Raiz podre que cresce nas entranhas do ser

Luxúria que alivia a carne
Fogo e sangue
Carne e ossos
Luxúria da alma vil

Com seu gosto doce
Sua face penetrante esquece-te
Do viver em sua cidade afogada



†Diogo França†

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Vida a pulsar


Pulsa-te vida fútil sem graça
Pulsa-te até a morte vã
Pulsa-te no âmago da agonia e sofrer

Pulsa-te ante a vida alegre que deixastes
Com o sopro pobre da luxuria

Pulsa-te uma última esperança no coração
Queimando em pó luxuria da vida em vão

Pulsa-te como nunca antes e
Faz o som de a tua vida tornar calor

Grita e mostra quem tu és assim
Pulsa o teu coração e mostra o que desejás
Pela eternidade da vida em pó .



"No frio do tempo
Espero o silêncio da minha alma
No fim do tempo creio na vida sem fim
Do som vivenciando a cor"




Diogo França